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quarta-feira, setembro 07, 2011

Quarta-feira


Quarta-feira

(poesia)
Entro no shopping e ouço da voz metálica fria,
bom dia!...
Lá dentro uma luz irradia com tenaz energia, destacando pessoas, coisas, espaços, feito magia...
Tão artificial quanto o sorriso
do caixa eletrônico que cuspia dinheiro
aos olhos das lentes vigias.
Monocromáticas ciclopes, eu diria.
O que  eu queria ?
Enganar-me que me divertia.
E por ironia, nas salas geladas, artificialmente climatizadas, assistia
imagens projetadas vazias... via gente que fingia
via dor que não doía, sorriso que não sorria...cinema.
Tão frustrante quanto a realidade da qual copia.
Tão estéril quanto este poema que compus neste dia.
Veio-me a mente o seu sorriso.

Nilo dos Anjos